quarta-feira, 16 de abril de 2008

Por que o Relativismo?

É bastante comum hoje em dia encontrarmos dentre os intelectuais acadêmicos, principalmente nas ciências humanas, aqueles que se dizem relativistas. Comum tambem são as criticas à esses por sua posição na mairo parte das vezes politicamente incomoda, alem da critica comumente afiada sobre os mais diversos assuntos. Mas porque o Relativismo? Porque essas pessoas nao se tornaram niilistas ou adotaram qualquer outra corrente filosófica? As raízes deste fenômeno é melhor compreendida quando se observa a condição do conhecimento na sociedade moderna.

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O relativismo (por alguns chamado de ceticismo), é a reação filosófica à não-existência do conhecimento absoluto, pois observa-se que "(...) uma crença nas conclusões da ciência, enunciadas de modo razoável embora limitado, envolve uma preferência por algumas conclusões metafísicas sobre outras" (Keynes, 1981). Keynes era contemporâneo de Wittgenstein, um dos maiores filósofos do século, que tambem apontava que todo conhecimento possui um princípio de crença (Malcon, 1986), .
Bem, se seguirmos por esse rumo observamos que todo conhecimento levado à sua máxima profundidade cai em sistemas de crença passiveis de questionamento, e para solucionar isso, adotamos níveis de profundidade aceitos socialmente para que possamos ignorar este ponto e seguirmos adiante fazendo ciência e promovendo desenvolvimento humano.

Dessa forma, o relativismo adota a posição na qual se tudo é questionável, nada é absoluto, criando em si um confronto ético e moral. Já que se responde à magna questio da ética - o que devo fazer? com a amoral resposta - faça o que quiser. Esta estrutura simples de raciocínio tenta se defender dessa forma da dogmatização secular, assumindo ao mesmo tempo humildade e prepotência, ao concordar respectivamente com a inoperância do cérebro humano com o conhecimento disposto e tambem com a própria inspiração do filósofo relativista em si que se coloca à parte das verdades dispostas pela sociedade, e não raro, a concepção intuitiva desse binômio se confunde na mente daquele que analisa de forma relativista o mundo. Podemos às vezes confundir a certeza prática, presa à classe de crenças em que é racional agir com a maior confiança, e a mais integralmente objetiva certeza da lógica.

"A aceitação de um conhecimento parcial e não necessariamente verdadeiro como atributo racional da espécie humana tem implicações abrangente. A começar por uma tomada de decisão cética, ainda que se trate de um ceticismo muito menos reducionista que o de Hume e que a rigor nunca se desfaz de um otimismo de inspiração prática ou pragmática." (Schwartz, 2000)

David Hume, ao argumentar sobre o que seria este ceticismo citado, nos fala que tanto podemos em ficções da nossa mente ao analisar fatos por diferentes prismas quanto podemos incluirnos na realidade atraves de ferramentas não lógicas. "Assim é que também no caso da probabilidade podemos acreditar que nossos juízos possam penetrar o mundo real, aidna que suas credenciais sejam subjetivas." (Hume, 1999) Max Weber argumentava que a ciência é verdade para todos que querem a verdade, por mais diferente que sejam as análises geradas por ponto de vistas culturais diferentes, elas sempre serão cientificamente verdadeiras, enquanto não refutadas (Weber,1988) .
Já Nieztche afirmava que "o mundo para nós tornou-se novamente infinito no sentido de que não podemos negar a possibilidade de se prestar a uma infinidade de interpretações." (Nieztche,1986) assim como asinalou Foulcalt, "se a interpretação nunca se pode completar, é porque simplesmente não há nada a interpretar... pois no fundo, tudo já é interpretação" (Foulcalt,2001)

A quantidade de filósofos que poderiam ser citados excederiam os limites do tamanho desse post, mas com base nos citados podemos observar que as raizes do crescente relativismo na sociedade moderna está em duas frentes:

1. Na quantidade vertiginosa de informação (insumo do conhecimento) em circulação que nos disponibiliza diferentes prismas e nos pressiona quanto às nossas verdades e,

2. Nas incontáveis falhas históricas de diversas formas de pensamento, principalmente nas complexas ciências humanas, como as correntes marxistas e neo-liberais de interpretação social.

Ambos os pontos citados nos levam á observação de que à medida que sociedades humanas fracassam na solução de suas mais latentes mazelas, como a pobreza, a desigualdade e a violência, mais o homem contemporâneo duvida de si próprio, e do acumulo de conhecimento do qual dispõe, para lidar com os problemas da humanidade. É uma espécie de pessimismo orwelliano no qual não se sabe para que lado correr uma vez que inúmeras alternativas são dadas, e inúmeros exemplos de fracasso sao contemplados.

Dessa forma, o intelectual contemporâneo, mesmo engajado na mudança para um mundo melhor, sente-se muitas vezes obrigado a não assumir uma posição inequívoca sobre qualquer tema global, a não ser a um nível de crença ou de análise superficial. O que nos leva a crises éticas profundas como a separação entre produção e poluição, emprego e alienação, egoísmo ambiental, e até mesmo a simples indiferença de poderosos perante a infelicidade alheia. Ao que se o observa, a própria capacidade do homem de gerar conhecimento é a mesma que lhe limita na construção social do ponto de vista ético e moral, e as raízes do crescente relativismo (posição comôda para alguns e inevitável para outros, como esse que vos escreve) tornam-se então claras a olho nu.
Perante tais pontos, e diante das pressões materiais do dia-a-dia, que posição deve então o intelectual contemporâneo assumir? Se alguer tiver alguma resposta por favor nos diga, afinal, toda resposta é relativamente válida...
disponível em http://novosfilosofos.blogspot.com

terça-feira, 15 de abril de 2008

Aparentemente não sou o único...

A falar em crise within the next 100 years (Stephen Hawking at TED)

E a nova palestra do Al Gore, dizendo até coisas que já saíram da minha boca..! Lembrei da Luiza quando ele falou sobre otimismo. :P

E em breve de volta a CG!

quarta-feira, 26 de março de 2008

DINHEIRO VIRANDO FUMAÇA

DINHEIRO VIRANDO FUMAÇA
(artigo publicado no jornal Correio do Estado, 25/3/08, p. 2a)
Sônia Hess (professora da UFMS)


Há previsões de que, neste ano, o período de estiagem vai ser longo, nas regiões centro-oeste e sudeste. Então, no outono e inverno deverá haver muita fumaça no ar, proveniente de queimadas em áreas urbanas ou rurais. Na mesma época, um grande número de crianças adoecerá e deverá ser registrado um número superior ao normal, de óbitos devidos a problemas respiratórios e cardiovasculares, incluindo, infarto, acidentes vasculares (derrames) e crises de hipertensão. Tudo isto já é esperado por cientistas e autoridades, porque muitos estudos científicos já comprovaram que a poluição do ar mata milhares de pessoas, todos os anos, também no Brasil. Mas, há fatos novos que poderão levar a uma rápida mudança nesta trágica tradição.

O elevado custo da energia elétrica, bem como a escassez de lenha proveniente de fontes legalizadas, tem forçado os empresários a buscarem novos combustíveis para alimentarem as caldeiras industriais. Por isso, quando os pecuaristas queimam as pastagens, para que o novo pasto possa crescer, estão perdendo dinheiro, porque a palha seca poderia ser cortada e vendida a indústrias, como combustível. Mesmo que o pecuarista não acredite, o novo pasto deverá crescer, já que o sol poderá alcançar o solo. Ou, se ainda quiser insistir na tradição, ele poderá queimar o pouco que restar do capim seco depois da poda, causando bem menos poluição. Dependendo do tamanho da propriedade rural, e se esta estiver de acordo com a legislação ambiental, a substituição da queima pela poda do capim seco poderá render, inclusive, dividendos provenientes da comercialização de créditos de carbono.

Nas plantações de cana-de-açucar, se o proprietário não quiser, ou não for possível adotar o corte totalmente mecanizado, a queima da palha poderá ser substituída pela sua poda, empregando-se maquinário portátil semelhante àquele utilizado na limpeza de gramados e jardins. Todo o material cortado poderá ser utilizado como combustível em caldeiras, rendendo lucros para os donos de canaviais e para o poder público, ao evitar-se os custos associados ao tratamento médico dos trabalhadores do setor sucroalcooleiro e da população, que adoeceriam devido à exposição aos poluentes liberados durante a queima da cana.

Nas carvoarias, a contínua exposição à fumaça causa severos danos à saúde dos trabalhadores e dos moradores das vizinhanças. Por isso, o Ministério Público do Trabalho e outros órgãos governamentais deveriam exigir a substituição dos fornos atualmente em funcionamento por outros sistemas de produção de carvão vegetal, em que os gases gerados durante o processo fossem capturados e tratados de forma adequada, como já vem ocorrendo em diversos locais. Inclusive, é interessante destacar que tal procedimento geraria lucros secundários para o dono da carvoaria, uma vez que a fumaça contém componentes que, após tratamento, podem ser utilizados como matérias-primas industriais como, por exemplo, aromatizantes de alimentos.

Nas áreas urbanas, ao invés de queimar ou encaminhar ao lixo os resíduos provenientes da limpeza de terrenos e quintais, os proprietários poderiam: depois da secagem e retirada de restos de solo, vendê-los a alguma indústria (padarias, inclusive), para servirem como combustíveis; ou, se a quantidade for pequena, reservá-los em um canto do terreno, misturá-los (se possível) com resíduos de cozinha (somente vegetais) e, depois de molhar e revirar uma vez por semana, obter um excelente adubo, após aproximadamente três meses.

Portanto, resta-nos torcer para que estas notícias se espalhem. Quem sabe, então, neste outono e inverno poderemos ver nossas crianças e idosos respirando aliviados, saudáveis, ao mesmo tempo em que lucros possíveis vão se concretizar, parando de "virar fumaça".

terça-feira, 25 de março de 2008

Profetas do Apocalipse (ou aquecimento global)

Ao longo da história observamos muitos profetas do apocalipse, alguns com um número incontável de apóstolos, sendo o mais famoso deles Karl Marx. Porem, duvidoso é o resultado de suas palavras quanto à mudança do futuro que anteviam.


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“Desde os tempos do Antigo Testamento que pregar o caos iminente conquista muitos seguidores. As pessoas, ignorantes acerca de um futuro desconhecido e muitas vezes até imprevisível, ficam facilmente impressionadas com as previsões catastróficas de certos “especialistas”. Creio que isso explica muito da fama de um Nostradamus, por exemplo. Entre os ambientalistas, vemos muitos alarmistas desse tipo atualmente. No mercado financeiro não é diferente, e muitos são os estrategistas que conquistam a atenção do público – e seu dinheiro – pela insistente previsão de uma grande crise iminente. Ora, é preciso lembrar que até mesmo um relógio quebrado irá acertar as horas duas vezes por dia” (Constantino, 2008)


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Quantos aos ambientalistas eu realmente não acredito na estratégia apocalíptica para mobilizar as massas, pois como a mesma história nos ensina, não existem grandes mobilizações antes que as instituições desmoronem. Afinal, o que se esperar depois que as pessoas entendam que estão em rota de colisão? Talvez pânico. Pessoas precisam ser lideradas (me desculpem os sociólogos libertários mas isso é real), e se simplesmente jogarmos o problema na frente delas elas simplesmente correm para um lado e para o outro batendo a cabeça ou vão fazer o mais provável, ignorar o problema. A mensagem de Marx, por mais latente que fosse, fora ignorada por décadas ate que alguns líderes as resolvesse por em prática pela ação política na Rússia (se deu certo ou não são outros “quinhentos”)


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Bem, e o que os ambientalistas devem fazer então? O meu voto de economista é mirar as instituições através de uma estratégia lúcida, e não escatológica. Mudanças desse porte são graduais, e dependem da quebra de uma série de paradigmas embutidos nas cabeças dos ouvintes, e devemos aceitar que não seremos nós quem irá fazer nem presenciar as mudanças, mas aqueles que virão depois de nós. Afinal, se queremos fazer alguma coisa com pressa, temos que fazê-la com calma...


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Mesmo porque, para muitos o fim do mundo ja chegou, ou se chegasse nao seria de todo ruim, afinal, se metade do mundo nao tem o que comer, por que entao se preocupariam com o planeta esquentando? Não vivemos num mundo igualitário, mas devemos pensar melhor nossas estratégias.


quarta-feira, 5 de março de 2008

Sustentabilidade do que?

Se existir uma lista dos cinco tópicos mais trabalhados entre os intelectuais da atualidade, provavelmente encontraria-mos o termo "sustentabilidade". O que não dá pra encontrar é uma linha de pensamento que defina com clareza e autenticidade o que seja tal termo. Boas intenções existem aos montes, e realmente soa prepotente da minha parte fazer uma acusação tão global, mas, à luz da teoria econômica que acessei nos ultimos cinco anos pode-se dizer que, quando se fala em sustentabilidade, o buraco é mais embaixo.
A primeira linha de pensamento a ser combatida é daqueles que enxergam no sistema capitalista o grande vilão. "Tá" certo que o sistema é excludente, opressor, injusto, e por ai vai... mas ele é genuinamente humano. É o produto quase que irremediavel do conjunto das ações humanas na busca pela reprodução da sua existência. Acusar o sistema pela condição do planeta, é acusar a própira história humana como um todo desde períodos pré-paleolíticos, e de certa forma acusar a própria natureza por sua cicatriz. Neste momento do meu discurso, vozes inflamadas de sociológos e ambientalistas em geral devem se levantar, eu as entendo...rs
No entanto, é óbvio que não pode existir uma mudança siginificativa sem a alteração dos nossos padrões materiais de vida, mas será que queremos mudar nossos padrões materiais de vida? Nas minhas contas, mais de 80% dos ambientalistas que conheço já vivem acima do que o planeta suportaria se todos vivessem como eles. A condição financeira que lhes deu a condição para que enxergassem a real situação do planeta é a mesma que lhes acomodou em suas confortaveis casa, carros, e escritorios bem montados, cujos quais, mesmo que nas mais sustentaveis das arquiteturas, estão acima dos padrões que o planeta suportaria se todos vivessem como tal.
Logo, caimos num ponto crucial, os ambientalistas lutam por um planeta melhor do ponto de vista físico, mas o quanto realmente estao preocupados com a questão social das classes que compôem este mesmo planeta? Será que a maioria destes não estao preocupados com o planeta porque se preocupam com a sua vida e seu estilo de vida que estão ameaçados? Se nao houvesse o aquecimento global, teriam uma causa pela qual lutar? Que se continue a preocupação mais que justificada com o planeta, mas o quão complexa é realmente a questão que o envolve?
Abraço a todos, Gabriel Leão
disponivel tambem em http://novosfilosofos.blogspot.com

Mais uma de alta de petróleo...rs

O preço do barril de petróleo bateu um novo recorde nesta quarta-feira em Nova York ao fechar em mais de US$ 104, devido a uma redução imprevista dos estoques nos Estados Unidos e de uma queda do dólar. No New York Mercantile Exchange (Nymex), o baril "light sweet" para entrega em abril fechou em US$104,52, um recorde absoluto que corresponde a um aumento de US$ 5 em relação à sessão de terça-feira.Durante o pregão de hoje, o preço do barril chegou a US$ 104,64, um número nunca visto até agora."Uma redução dos estoques de bruto americanos associada a um dólar fraco são os fatores que empurram os preços para novos recordes", explicou Eric Wittenauer, analista do gabinete A. G. Edwards.As reservas de bruto caíram 3,1 milhões de barris na semana passada nos Estados Unidos, primeiro consumidor mundial de energia, enquanto que os analistas apostavam num aumento de 2,4 milhões de barris.O dólar caiu para US$ 1,53 por um euro nesta quarta-feira, um número sem precedentes desde o lançamento da moeda única, em 1999.De um modo geral, a queda do dólar torna o petróleo mais barato e atrai os investidores de países com moedas mais fortes, resumiram os analistas.A tensão atual entre a Colômbia e a Venezuela também é um fator que provoca o aumento dos preços do petróleo, segundo o analista Phil Flynn, da Alaron Trading."A mobilização atual das tropas venezuelanas na fronteira colombiana é um elemento que vai alimentar, no curto prazo, o aumento dos preços do petróleo", afirmou.
Qualquer semelhância entre a noticia aqui postada e as controversas visões de algum analista de bolsa será um acidente, porque geralmente eles não conseguem enxergar o que está por trás destas constantes notícias.
abraço a todos, Gabriel Leão

domingo, 2 de março de 2008

Curso sobre Créditos de Carbono Em Campo Grande

Curso sobre Créditos de Carbono em Campo Grande

http://www.creams.org.br/novo/index.php?pag=evento_crea_completa.php&codigo=252

Galera, segue link no site do CREA-MS sobre este treinamento que estará sendo realizado em Campo Grande, sobre Aquecimento Global e Créditos de Carbono.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Comentário ao Post do Edgar

Edgar, por favor venha nas nossas reuniões nas segundas-feiras às 19 horas na minha casa, ainda será lá acredito!

Muito bom seu post anterior, tão bom que acho que poderia ser o assunto da próxima reunião.
Não entendi bem este comentário:
"A maior parte do problema da água, é tratada como um problema econômico e não ecológico. Tratando a água agora como um bem econômico. O que não resolve o problema, só o coloca sobre uma nova ótica."

O que você quer dizer é que atualmente enxerga-se assim: se a água está poluída, isso é ruim porque tratá-la vai custar mais caro, e não porque esta poluição pode ter um efeito nos seres vivos. É isso?

TED Legal

Ideas for a sustainable future:
http://www.ted.com/talks/view/id/74

Vale a pena!!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Um comentário ao comentário

Isso ia ser um comentário ao post da Luiza, mas como iria ficar muito grande, acabou virando um post mesmo.
Achei muito interessante olhar para o purificador de água já pensando num passo a frente, e propor uma análise mais detalhada pra solução do problema.
Nessa linha análise mais detalhada, tentei analisar duas notícias que me chamaram atenção a algum tempo.

  1. Conferência: biocombustível causaria falta de água

  2. Estudo: biocombustível estimula mudança climática


Bom, tirando toda a parte de lobbying e tudo mais que os fãs de "Uma verdade inconveniente" adoram relatar, tentei tirar minhas conclusões sobre os dois casos. Procurando no google sobre os especialistas citados e suas publicações, e lendo outros artigos relacionados, acabei descobrindo alguns pontos interessantes nas que eu pude ler.

  1. A maior parte do problema da água, é tratada como um problema econômico e não ecológico. Tratando a água agora como um bem econômico. O que não resolve o problema, só o coloca sobre uma nova ótica.

  2. Sobre o fato dos biocombustíveis no seu ciclo emitir mais carbono do que os combustíveis fósseis, é uma controvérsia fantástica. Inclusive com um número grande de publicações focadas no Brasil, com a possibilidade de acabarem com pastos e a floresta Amazônica para plantar cana, milho e soja.

  3. Uma boa parte das publicações trabalha com especulações.

  4. E o que me chamou mais atenção, não consegui achar nenhuma publicação que trata o assunto de forma completa, comparando vantagens e desvantagens, analisando economicamente E ecologicamente, ou seja ninguém analisou o que realmente deve ser analisado, os biocombustiveis são ou não vantajosos.


Mas o que espanta mesmo são as reportagens, vide esta Temperature Monitors Report Widescale Global Cooling.
Será que é tão difícil fazer uma análise mais completa dos problemas?
No fim continuo sem saber quase nada sobre biocombustíveis.

Purificador Água Portátil: O retorno

Hehe, queria fazer um comentário bem exposto aqui na página inicial ao post do Gabriel": "Purificar de Água Portátil"; E depois que o canudinho (filtro) filtra os 700 litros de água e fica cheio de impurezas: vai pro lixo normal? ou no caso da África, é jogado no meio da savana? No entanto, mesmo se ele fosse recolhido, poderia ser reciclado? É galera, as invenções podem ser ultra-portáteis e de fácil manuseio, e também terem fins muito nobres, mas nada muda o fato de que não atingiremos a sustentabilidade, é só fazer uma análise de ciclo de vida!!
Abraços!!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Mapeamento de argumentos

Galera, finalmente nossos pontos de vista poderão ser mapeados e passados a diante eficientemente!

Esse programinha aqui é gratuito (chama-se Compendium), e possibilita o mapeamento de argumentos infinitamente complexos. Perfeito para se organizar um ensaio ou uma tese, for sure!

Agora vou mapear minha postura do escoliótico aspirínico, e depois posto aqui. :)

Habilidades Obsoletas - Obsolete Skills

http://obsoleteskills.com/

Ae galera, lista de coisas divertidas, que explica o que é e por que se tornou obsoleto!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Repressão ao Greenpeace no MT - ESTJs in action!

Eeeita pega.

A melhor parte é: "mas os índios são nossos!"

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

20/02/2008 - Petróleo opera em alta e atinge novo recorde durante a tarde


As cotações do petróleo alcançaram uma nova marca histórica nesta quarta-feira em Nova York, chegando a US$ 101,27 durante esta tarde,devido à entrada em massa de fundos especulativos no mercado. As negociações continuam.O preço do petróleo também está afetando o mercado internacional. Na Ásia, as Bolsas despencaram. Em Tóquio, o Nikkei 225 cedeu 3,25%, para 13310,37 pontos. O Hang Seng, de Hong Kong, diminuiu 2,21%, ficando em 23590,58 pontos. Em Seul, o Kospi recuou 1,90%, somando 1687,91 pontos. O Shanghai Composite, de Xangai, retrocedeu 2,09%, para 4567,02 pontos.Ontem, o petróleo bruto negociado nos EUA atingiu um novo recorde, de US$ 100,10 o barril, um centavo acima do recorde anterior, registrado no dia 3 de janeiro.O repique é uma resposta dos investidores à notícia de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) poderia reduzir a oferta da commodity. Atualmente, o órgão responde por 40% do petróleo disponível no mundo. A avaliação do mercado é que com a alta exacerbada do preço do barril a economia norte-americana entre em recessão. A Agência Internacional de Energia (AIE) pediu que a Opep decida por, no mínimo, manter a atual produção de petróleo, a fim de abastecer os estoques do produto e evitar muita alta no preço.Uma pesquisa divulgada nesta tarde mostrou que a maioria dos americanos espera por um grande problema na economia local, em virtude da crise do setor imobiliário, alta da inflação e pioras nas condições de crédito.
Não vou falar nada demais pra não dar briga (hehe), mas o que se lê quando uma noticia se repete tanto nos ultimos quatro meses?

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Pra quem gosta de Kubrick

HAL cometeu assassinato?

E vamo marcar novas reuniões essa semana

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Reuniões

Olá galera,

Estou de volta do United Malls of America e com saudades dos nossos papos e coversas.

Vamos retomar nossas reuniões

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Passa lá cambada

A Tabula Rasa é mais profunda do que parece:

http://novosfilosofos.blogspot.com/2008/01/tbula-rasa-mais-profunda-do-que-parece.html

O novosfilosofos tah andando, comente lah,

e vamo ve se mais alguem posta alguma coisa por aqui que esse troço tah parado demais

abraço a todos,
Gabriel Leão

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Cresce temor de recessão nos EUA em 2008

Publicidade
da Folha Online

Análises feitas por economistas revelam que aumentaram as chances de os Estados Unidos entrarem em recessão em 2008, informa nesta terça-feira reportagem da Folha (íntegra somente para assinantes do jornal e do UOL).
A reportagem traz avaliações de economistas feitas em levantamentos recentes e em entrevistas à Folha. Para Martin Feldstein, de Harvard, a probalidade de uma recessão em 2008 atingiu 50% e, se acontecer, vai ser mais "profunda e duradoura" que as do passado recente.
Já Lawrence Summers, o ex-secretário do Tesouro de Bill Clinton entre 1999 e 2001 e ex-reitor de Harvard, disse em palestra na Brookings Institution, em Washington, que a probalidade de recessão é maior do que 50%.
Levantamentos feitos nas duas últimas semanas revelaram que os norte-americanos também acreditam que já estão em recessão.
As perspectivas negativas para 2008 são conseqüência da
crise no mercado imobiliário que atingiu o país devido aos problemas no segmento de maior risco (conhecido como 'subprime') do mercado hipotecário americano com o aumento na inadimplência.

Ameaça ou oportunidade dramática mundial

PAULO LUDMER
Para evitar um colapso já desenhado, a humanidade terá de ser outra. Se nada mudar, não haverá energia para todos, em toda parte
VOLTO DO 20º Congresso Mundial de Energia, em Roma (Itália), com a mesma percepção dramática construída nessa congregação nos últimos 18 anos: o mundo continuará insustentável enquanto a integração e a interdependência entre países, regiões e todo o planeta se mantiverem inalcançáveis. Portanto, a natureza e os acasos seguirão cobrando, veementes, ações da juventude, inovação e busca de soluções. A inclusão de novos 1 bilhão de chineses, além de centenas de milhões de outros asiáticos, africanos e latinos, na sociedade de consumo não permite que a equação do fornecimento de energia se equilibre. Para que, diariamente, toda mulher use um conjunto de cosméticos, cada homem beba uma garrafa de cerveja e use seu automóvel, um colapso se configurará no horizonte próximo. Para evitar um colapso já desenhado, a humanidade terá de ser outra mediante: revolução de códigos e valores; nova educação e ideologia; rápida introdução de profunda inovação tecnológica; adoção de regramentos e objetivos coletivos supranacionais, de longo prazo, em âmbito mundial. Se nada mudar, não haverá energia para todos, em toda parte, em todo o tempo. Tampouco água potável. Energias novas? A fusão nuclear demandará uma ou mais décadas, pois ainda não sabemos lidar com materiais em altíssimas temperaturas. As células de hidrogênio bebem energia demais. Etanol e biodiesel sugam água, desmatam e roubam áreas de alimentos (pelo menos fora do Brasil). Vide a alta no preço mundial do milho por causa dos EUA e seu programa de produção de álcool. Integração? Basta aferirmos a cena em nosso quintal da América Latina. As assimetrias entre os países são jurídicas, ambientais, trabalhistas, monetárias, tributárias etc. Não temos um Parlamento (igual ao da Comunidade Européia) nem arbitragem. Pior: Venezuela, Equador e Bolívia desmancharam o quesito fundamental, a confiança, pelo modo como tratam contratos internacionais teoricamente sagrados. A Argentina deixou à míngua o Brasil e o Chile no item gás natural. O Paraguai ameaça o Brasil com Itaipu. Vale dizer, as interconexões energéticas continentais, tão relevantes para a formação de um bloco regional competitivo, estão na lona ou na perspectiva de um bolivarianismo do passado. O Conselho Mundial de Energia recomenda -escuto desde Montreal (1989)- a constante transferência de tecnologia para quem carece de modo a diminuir as ameaças descontroladas. Surpreendentemente, em Roma, uma delegada do Quênia afirmou que seu país ainda não ingressou sequer na era do diesel... A propósito, qualquer súbita mudança em tecnologia pode surpreender o mundo do álcool e do biodiesel, convertendo seus ativos em micos. Uma lufada de otimismo veio da Alemanha: a eficiência do diesel e da gasolina aumentará entre 20% e 30%. Mas e o crescimento da população ou da frota? E a inclusão? Somente a proibição da produção e circulação de carros superiores aos modelos 1.0 liberaria petróleo à razão de um Iraque: o texano concordaria em renunciar à liberdade individual? Uma missão fundamental da ciência da informação será reter trabalhadores atuando em casa, sem deslocamentos. Ainda assim, o transporte de massa deve ser multiplicado. Se o mercado não faz políticas públicas, quem as fará? Meia dúzia de funcionários ungidos e reunidos num gabinete? Um órgão mundial? Pois, segundo a qualificada AIE (Agência Internacional de Energia), em 2030, nada menos do que 60% da matriz energética da China será de carvão mineral, e uns 20% no caso da Índia. Esse é o fruto da volatilidade dos preços internacionais do petróleo e o espaço que se abre para carvão e átomos manejados. Pelo menos uns 35% da China será nuclear, pouco mais do que a média mundial, de 30%. Observe-se que China e Índia, juntas, aumentarão dos 12% para os 35% sua absorção de toda a energia do mundo, de 2006 a 2030. Deixaremos de abordar a inexistência de fonte de recursos para financiar a expansão da oferta de energia no mundo. Só para ilustrar sua complexidade: cresce o risco e, portanto, somem os capitais para expandir a prospecção, o refino e a logística de transporte, armazenagem e distribuição no Oriente conflagrado ou na América Latina desregrada e socialista. Em decorrência, as ameaças do terrorismo e do populismo inviabilizam um gasoduto terrestre latino, enquanto se viabiliza um virtual tubo de navios enfileirados sobre o mar, trazendo gás criogenizado das instáveis Nigéria e Argélia para Pernambuco e Rio de Janeiro. Infelizmente, os caminhos coordenados, articulados e coesos para a sobrevivência da humanidade e preservação do planeta permanecem inverossímeis entre as heranças malditas que legamos aos nossos descendentes. O 21º congresso será em Montreal, em 2010. A ver.

PAULO LUDMER, 63, jornalista e engenheiro, é consultor, professor da Faap e convidado do Mackenzie, da PUC e da USP e escritor. Foi diretor-executivo da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia) de 1986 a 2006.