sexta-feira, 28 de setembro de 2007
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Depois do filho do Keirsey... Fernandito! (hopefully)
"When he steps down in 2010, Mr. da Silva said, he plans to head back home to São Bernardo do Campo, the hardscrabble industrial town near São Paulo where he got his start in politics with the metal workers’ union.
'I am not going to go on a graduate study program at Harvard University,' he said, in a dig at his predecessor, Mr. Cardoso, who regularly teaches at Brown.
'When I leave the presidency,' he said, 'the one thing I want in life is to be treated as a friend by all of those who were my friends before I took office'."
Daí eu nem fui procurar o contato do Cardoso na Brown University, e nem encontrei também não.
Também nem vou ligar pra ele amanhã pra perguntar: "Se o Sr. estivesse começando sua vida agora (e com isso não quero dizer que não estejas ou possas estar... ou que estejas terminando for that matter... :P) e já tivesse o conhecimento e sabedoria que o Sr. tem hoje, em que área o Sr. se envolveria caso o objetivo fosse garantir que os seres humanos vivessem uma vida sustentável na Terra?"
Se ele não atender vai por email mesmo. Só espero que ele não responda:
"Hmm... bélica?"
Tô cruzando até os dendritos dos meus circa 100 bilhões de neurônios cerebrais ao custo de menos atenção nas coisas. O quê que eu tava fazendo aqui mesmo..?
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Perólas
"Explique sua existência com uma onomatopéia" Renato Begnini
"Eu só espero que ela não viole nenhum de nossos princípios secretos com o que ela vai falar, senão a gente vai ter que arranjar um novo lugar para se reunir." Renato Begnini
"O Adriano não é mau, ele é higiênico" Super
"Chamou o pai de galinha, a mãe de coxinha e comeu os dois" Super parafraseando Edgar
"A ponta da cadeia alimentar está sempre condenada a existir além da sua essência" Gabriel
"Nós somos reféns da nossa própria existência" Gabriel
"Eu sou tipo um lírio que nasce da bosta" (Quis dizer Lótus!) Adriano
"A medida de amar é amar sem medida" Adriano
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
sábado, 22 de setembro de 2007
Texto em tres partes - A hipocrisia liberal
Sem sombra de dúvida entramos através do século XXI naquela que pode ser a maior crise de recursos da história. O aquecimento global é real, e já pode ser sentido na pele. No entanto, quando se espera que diante de tamanho risco, sejam tomadas atitudes enérgicas, mais uma vez eclode o velho oportunismo político, recheado de falácias, que de tão bem fundamentadas convencem até aqueles que as criou, de que são reais suas intenções apresentadas.
Quando foram criados os créditos de carbono, objetivou-se a diminuição da emissão de gases poluentes causadores do efeito estufa na atmosfera. Bem, “economisticamente”, este objetivo tem que ser analisado da seguinte forma:
1. Em qual taxa é necessário diminuir a emissão de tais gases na atmosfera para que se minimize a crise febril do planeta?
2. O quanto mais próximo podemos chegar desta taxa?
3. Quais são os custos individuais e coletivos deste ponto ótimo?
4. Por fim, qual a menor combinação de custos toleráveis e a proximidade das taxas mínimas?
À primeira vista parece bem simples, uma vez que já temos respostas razoáveis para os dois primeiros pontos. No entanto, o grande problema está no terceiro e no quarto apontamento.
Em defesa do American Way of Life
Os padrões de vida, que comumente se empregam como ocidentais mas que já ocupam quase todo oriente, dependem diretamente do modelo industrial de produção, responsável pela maior parte da emissão de gases poluentes. Esta emissão ocorre em três vias principais:
1. Queima de combustível no capital fixo (as famosas chaminés são exemplos)
2. Queima de combustível para transporte
3. Emissão de gases derivados do lixo
Hoje, é impossível ser mantido o padrão de vida médio dos paises desenvolvidos e das elites dos Bric’s sem os dois primeiros componentes e sem a grande produção de resíduos. No entanto, o planejamento de crédito de carbonos parece ignorar todas essas variáveis principais, e se atenta a como dar uma resposta ao mundo e manter o “Status Quo”. A compra de créditos de carbono é um incentivo para que se queimem ainda mais combustíveis fósseis, já que essa queima passa a ser feita sob a ilusão de que ela, na realidade, é livre de custos para a atmosfera. É também uma maneira de os ricos exportarem os custos e sacrifícios reais do controle da poluição para os setores mais pobres do planeta no Terceiro Mundo. Tudo isso para que piscinas possam ser aquecidas e lamborghinis possam ser dirigidas com consciência tranqüila nas partes mais ricas do mundo. No mundo, temos 6 bilhões de pessoas, e apenas 1 bilhão afeta o aquecimento global. Só que o restante quer passar para o lado de cá, quer andar de avião, ter carro, e cada vez mais pessoas terão essas coisas.
As fabricas que constantemente são abertas na China e na Índia (livres de cotas de poluição) o são feitas com níveis absurdos de poluição para que, posteriormente, se lucre com a redução para níveis normais de emissão de gases. No Brasil, a hipocrisia se faz no momento em que o Brasil se nega a participar de metas claras de redução da emissão de gases e reflorestamento sob o pretexto de “quem polui que limpe”, ou seja, os maiores poluidores como EUA e Japão devem tomar a iniciativa. Este discurso, abonado por China, Índia e México é falso, não só porque por esse lados se produz sim muita poluição, como também nesses centros está a manutenção do capitalismo global, e esses paises tem clara ação imperialista nas suas regiões, cite-se como exemplo, a Petrobrás na América Latina. Dessa maneira, é impossível estabelecer metas de otimização de custos e objetivos uma vez que exista para cada um dos paises desenvolvidos e dos novos ricos metas diferentes a serem alcançadas.
Enquanto se Discute as Mudanças Ocorrem
Ao que alguns acontecimentos recentes indicam, os últimos relatórios das mudanças climáticas erraram, só que foi para menos. Ou seja, muitos dos problemas começaram ou vão começar antes do que se supunha. São exemplos claros o ritmo do degelo no pólo norte, a alta de temperatura global, principalmente nos trópicos. No entanto, podemos atentar à alguns procedimentos estranhos. Estudos revelam que a temperatura na região do Pólo Norte sobe com velocidade maior em relação a outras partes da Terra. O resultado disso, segundo os cientistas, é que o continente está derretendo e, em 50 anos, o gelo pode sumir durante o verão. Um efeito irônico desse fenômeno é que ele pode estar garantindo também a sobrevivência por mais tempo da mesma matriz energética que gerou o atual problema climático. A diminuição das áreas cobertas por gelo facilita a exploração de poços de petróleo e gás até hoje considerados inacessíveis. Estima-se que o Pólo Norte tenha 25% das reservas mundiais de petróleo — ou cerca de 500 bilhões de barris. De olho nas oportunidades que se avizinham, empresas como Shell, BP, Statoil e Transneft deram a largada na corrida para explorar as riquezas escondidas sob o gelo.
Como e muitos momentos da história, mais uma vez podemos estar frente a uma falácia global em nome de interesses específicos. O problema maior está na fortificação que essas falácias obtêm na medida em que dados históricos são distorcidos.
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
comunidade no orkut
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=39135323
abraços a todos, Gabriel Leão
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
On Bullshit - Harry Frankfurt
Pastinha Ebooks. ;)
(Quando alguém tacar algo no Xdrive e for divulgar favor somente mencionar a pasta. Presumir-se-á, de agora em diante, que ela se encontra no Xdrive -- até que novas contas necessitem ser aberta, claro)
Course: Earth's Changing Climate (atualizado, 2007) - The Teaching Company
Aproveitem. Tá na pastinha "Audio Books" do drive virtual. ;)
Nosso Drive Virtual de 5GB
Login: backupgrupo
Password: password
Voilá. Agora é só entupir as pastas com cositas bacanas que vocês achem que vale a pena compartilhar (e que não dá simplesmente pra linkar pra elas). Meu próximo post é sobre a estréia!
Estudante foi fazer pergunta, se exaltou, e se fudeu
terça-feira, 18 de setembro de 2007
5 estágios da girafa na areia movediça
Me gusta el Denial! Negación!
Times to Stop Charging for Parts of Its Web Site
The move comes two years to the day after The Times began the subscription program, TimesSelect, which has charged $49.95 a year, or $7.95 a month, for online access to the work of its columnists and to the newspaper’s archives. TimesSelect has been free to print subscribers to The Times and to some students and educators.
In addition to opening the entire site to all readers, The Times will also make available its archives from 1987 to the present without charge, as well as those from 1851 to 1922, which are in the public domain. There will be charges for some material from the period 1923 to 1986, and some will be free. - NY Times. September 18, 2007
Galerinha, FINALMENTE! Há muitos artigos bacanas sob o emblema do TimesSelect, que infelizmente ficava além do meu alcance. Talvez vocês tenham que se registrar no site ainda (eu tive que) para acessar os artigos full text, mas vale a pena, especialmente pelos editoriais sobre temas relevantes às nossas discussões.Pra quem não for ler o artigão original, a razão da mudança é que eles descobriram que estavam fazendo menos grana com os 227,000 assinantes (10 milhões/ano) do que ganhariam com propaganda se abrissem o site inteiro a todo mundo que é remetido pra lá por Google & Co. que dão com a porta na cara.
Link: www.nytimes.com
Vou lá dar uma fuçada que meu cérebro já tá coçando!!!
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Revista Página 22
http://ces.fgvsp.br/
sábado, 15 de setembro de 2007
Links úteis
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Surplus - Terrorized into Being Consumers
Leia mais sobre o documentário aqui.
Trailer:
Se você se interessou... são 10 partes!
Aqui está a 1ª, aí é só ir clicando na sequência!
"Por Uma Mudança" - Janos Biro
Aqui o livro (pra quem já não me aguenta mais xingando a civilização):
Por Uma Mudança
Esse é o site do Janos: Antizero
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Estratégia do Grupo
O grupo, ao que tem se demonstrado, tem um foco comum: mudar o mudo para melhor; sendo assim esta será a premissa da qual partimos. Por “melhor” entende-se: minimização da violência humana contra todo e qualquer ser vivo, incluindo a biosfera como um todo, e entendendo por violência ações físicas, ou psicológicas de ordem direta ou indireta. Embora tenha tal premissa não fora estabelecido solidamente nenhum objetivo tático, o que neste momento não é um problema, uma vez que estejamos nos dedicando às tempestades cerebrais.
Dentre as possibilidades de ações táticas apresentadas temos:
· I – Explanações para acadêmicos e futuros profissionais de diversas áreas sobre aspectos da realidade pouco captados pela maior parte da população – encabeçada pelo porquinho Napoleão, mais conhecido como Kenneth;
· II – Ações lúdicas, em especifico a arte mágica do Ricardo – proposto por ele próprio que por sinal é o único que pode executa-las;
· III – Explanação via artigos e pesquisas para que se atinja o publico mais intelectualizado e formador de opinião – feita pelo dissidente Gabriel, esse que vos fala.
· IV – Influencia sobre homens do poder, ou mesmo conquista do poder político para que as mudanças comecem a ocorrer por cima das instituições vigentes – defendida por todos, ou quase todos;
Todas aparentam ser muito boas, embora cada qual possua seus problemas operacionais. No entanto, defendo que em primeiro lugar devemos colocar nossos planos no espaço e no tempo, de modo que se torne claro onde estamos, e aonde devemos ir. Para isso devemos ter claro o que no mundo deve realmente ser mudado, e qual o prazo para cada mudança. Em outros termos devemos construir um banco de dados sobre tudo que é levantado por nós nas reuniões, e embora pareça uma tarefa difícil, creio que realmente não a seja.
Para tanto seria suficiente que, alem das postagens regulares no blog, façamos uma pasta cada um em seu computador de todo material virtual que cada qual possui sobre os principais temas debatidos, alem de todo material real (livros, imagens, etc...), por exemplo:
1. Meio Ambiente;
2. Guerras;
3. Economia;
4. Egoísmo Humano;
5. Política, entre outros...
Obviamente haverá temas que se cruzam, não só dentro do arquivo de cada um como também entre os vários integrantes do grupo, logo, define-se assim a segunda etapa do processo: Organização de tal material. Dessa maneira, acredito que estaremos cortando uma serie de desperdícios de energia e ações duplicadas, ou seja, pessoas que estão pesando e/ou fazendo as mesmas coisas, sem saberem que podem cooperar umas com as outras; Alem do que, cria-se dessa maneira um forte subsídio para as ações das palestras e dos artigos, que foram propostas pelo Kenny, pelo Ricardo e por mim respectivamente. Agindo dessa forma também poderá ser mantido o brain storm atual, uma vez que o trabalho mais pragmático será realizado individualmente ou em grupos menores.
Feito tudo isso, teremos uma visão mais clara (mas provavelmente ainda nebulosa) de onde estamos e o que devemos fazer por esse lugar chamado Terra. Inclusive clareando discussões como a do Kenny e do Renato sobre frear ou não o carro ostensivamente por aí e tal... Feito isso poderemos nos dedicar a traçar as micro-estratégias que comporão nossa estratégia maior, definindo inclusive um papel mais especifico para cada um no grupo de acordo com suas habilidades.
Para aqueles que tem algo a discordar ou acrescentar por favor manifestem-se, e aqueles que concordam mãos a obra!! Amanhã na reunião será bom se todos tiverem uma opinião formada e CLARA sobre isso, de maneira a evoluirmos o assunto, quanto ao formato das reuniões, penso que caminhamos para o sistema de palestras ou de ordenamento das falas, mas podemos esclarecer melhor esse assunto amanhã.
Blasphemy Challenge
Quem aceita ir comigo pro inferno?
Você pode ir como quiser, mas existe uma maneira CERTA.
Jesus te perdoaria por QUALQUER pecado, mas não pela blasfêmia, aquele que nega o Espírito (atchim) Santo nunca será perdoado.
Vejam esse site, que desafia cada um dos ateus do mundo a assumir a blasfêmia, e podemos ainda ganhar um dvd! O trailer é demais, mas só o desafio em si já que agrada demais... claro que não ficarei satisfeito, continuo com planos de exigir minha excomunhão à Santa (atchim) Igreja.
sábado, 8 de setembro de 2007
Tem crescido, não só na comunidade científica como no ambiente de mídia popular, a figura do zoólogo Richard Dawkins. A sua forte retórica, seus argumentos baseados num ícone da ciência – Charles Darwin – e seu formato de expressão original têm contribuído para o sucesso. De fato, sua construção teórica dos “memes” e o impulso que tem oferecido ao neodarwinismo são louváveis.
No entanto, algo de anticientífico tem se mostrado nas palavras de Dawkins, sendo o problema ainda maior quando tais palavras simbolizam o pensamento crescente de uma geração, um meme, como definiria o próprio Dawkins.
O zoólogo tem dispensado fortes críticas contra a religião e algumas de suas supostas derivações. De forma fervorosa defende o ateísmo como se a ausência de qualquer lógica superior ao pensamento humano fosse um fato comprovado. Dawkins fere dessa maneira um principio da sua tão defendida racionalidade, pois “é impossível provar a inexistência”. Uma vez que a razão se baseie na realidade observável, é impossível observar o que esteja fora de tal realidade. Comprovar que a pratica religiosa esteja equivocada não comprova que o objeto de devoção esteja totalmente anulado.
É certo que o dogma religioso exarcebado limita o pensamento racional, e que a história tem demonstrado o uso indiscriminado da dogmatização religiosa para o controle político de massa; porem se esse fosse o único instrumento de alienação global talvez fosse viável aponta-lo como explicação para a ignorância das massas, mas não é. Os atentados de 11 de setembro tiveram uma forte influencia dos mecanismos de mídia, da ação do estado americano enquanto mecanismo de alienação e dominação, e da lógica da guerra por território, petróleo e poder – o principio da democracia não prevê tais problemas, mas eles ocorreram derivados da eleição de da tríade Bush pai, Clinton, Bush filho, para não englobar ainda presidentes anteriores que contribuíram com sua parte. Possivelmente não devamos lutar contra o pensamento democrático, mas contra a influencia do egoísmo humano capitalista sobre ele, e nem tão pouco contra a religião em si, mas contra o uso desta pelo mesmo egoísmo humano, genuíno, para citar o famoso “gene egoísta”.
Caso Dawkins ou qualquer outro ateísta apresente as matanças das cruzadas, as bruxas da inquisição ou as mortes no oriente médio como frutos da religião, poderá ser apresentado a ele as mortes derivadas da ditadura soviética ateísta em nome do socialismo científico, os campos de concentração nazistas e seus experimentos, o massacre japonês experimental no sul da China, as bombas de Hiroshima e Nagasaki, os números crescentes de incidência de câncer no século XX derivadas da nossa industria de alimentos e do aumento de ondas que cortam o ar, alem da racionalidade capitalista que em nome do lucro destrói o planeta. O dogma religioso que excede a razão é, como outros dogmas, algo a ser quebrado, porem ao faze-lo, não devemos criar outros dogmas, no caso o ateísmo, a crença na incomprovada inexistência.
Neste Intricado debate filosófico, o agnosticismo ganha força ao afirmar que o conhecimento ou a sua própria percepção não é capaz de explicar a natureza de algo divino ou suprahumano. Disso deriva a sábia resposta budista para a questão da lógica superior, se ela existe ou não, a resposta é o silêncio.
Gabriel Leão
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
Se os tubarões fossem homens
Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada e adotariam todas as providências sanitárias, cabíveis se por exemplo um peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadura a fim que não morressem antes do tempo.
Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres tem gosto melhor que os tristonhos.
Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a guela dos tubarões.
Eles aprenderiam, por exemplo a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes tubarões, deitados preguiçosamente por aí. A aula principal seria naturalmente a formação moral dos peixinhos.
Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro dos peixinhos.
Se encucaria nos peixinhos que esse futuro só estaria garantido se aprendessem a obediência.
Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista e denunciaria imediatamente aos tubarões se qualquer deles manifestasse essas inclinações.
Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra entre sí a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros.
As guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os peixinhos que entre eles os peixinhos de outros tubarões existem gigantescas diferenças, eles anunciariam que os peixinhos são reconhecidamente mudos e calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao outro.
Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos, que silenciam em outra língua, seria condecorado com uma pequena medalha de argaço e receberia um título de herói.
Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles naturalmente também uma arte, havia belos quadros, nos quais os dentes dos tubarões seriam pintados em vistosas cores e suas guelas seriam representadas como inocentes parques de recreio, nos quais se poderia brincar magnificamente.
Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam entusiasmados para as guelas dos tubarões.
A música seria tão bela, tão bela que os peixinhos sob seus acordes, a orquestra na frente entrariam em massa para as guelas dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis pensamentos .
Também haveria uma religião ali.
Se os tubarões fossem homens, ela ensinaria essa religião e só na barriga dos tubarões é que começaria verdadeiramente a vida.
Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria a igualdade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam cargos e seriam postos acima dos outros.
Os que fossem um pouquinho maiores poderiam inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões pois eles mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar e os peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiro da construção de caixas e assim por diante.
Em suma, só então haveria civilização no mar, se os tubarões fossem homens."
Aos Nietzscheanos
"O homem não consegue se conformar com a finitude da existência e cria juízos de valor morais para a vida. Como se o sofrimento não fizesse parte do existir, mas se devesse a alguma desobediência...há um enaltecimento à vida pelso pré-socráticos, enquanto a moral judaico-cristã tem um certo ressentimento com relação a ela...há uma dupla origem dos valores. O que é bom para os gregos pré-socráticos, é muito diferente do que é bom para o cristão...Essa dupla origem de valores criaria as concepções de 'senhor'e 'escravo' de Nietzsche. O 'escravo' seria o tipo psicológico em que predominam esses valores que retratam o desprezo com a vida em prol de um outro mundo. Quem valoriza a vida neste mundo é o 'senhor'."
Escolham seus lados em que querem lutar....
Essa parte do texto foi tirada de uma matéria "As faces do orgulho e da vaidade" de uma revista de filosofia...
Soluções energéticas
Depois o programa mostrou o reator de fusão Torus, que imita a força do sol. Nesse reator, que não usa nada além de átomos de hidrogênio, não existe o risco presente nas plantas nucleras de fissão (vide Chernobyl) e não produz lixo tóxico. Em vez de dividir, o reator esquenta os átomos a uma temperatura de 150 milhões de graus (faltou saber qual a medida) e funde os átomos, que nesse ponto já são plasma, o resultado dessa fusão é energia! Esse tipo de reator chega a ser 1 trilhão de vezes mais eficiente que outros meios de geração de energia.
A Austrália inova no projeto de contruir uma usina solar, mas dado o gigantismo do prjeto, eu achei pequena a produção de energia! (depois de ver a fusão também...)
O programa também falou da geração de enrgia hidráulica e eólica, mostrando um supermercado que funciona com energia de um rio que tem de 4 nós e mostrou um projeto na Holanda, com turbinas eólicas de última geração instaladas no mar e que geram, cada uma, energia suficiente para abastecer 3.000 casas.
Tudo que achei foi um vídeo no youTube, mas o brincalhão que postou queria ser diretor e editou, mas ainda dá pra aproveitar!
http://youtube.com/watch?v=woNnR4Ps0Iw
Site FANTÁSTICO!!!
Acabo de achar um site FANTÁSTICO! Com referências da bíblia, todo mapeadinho, lá vc pode buscar por contradições, mensagens de ódio, violência, preconceito, injustiça, intolerância, etc. Algo me diz que eu seria resistente a isso há alguns anos atrás... por amor ao Pai (+ orgulho chamado fé + medo do inferno).. como um ótimo cristão.
http://skepticsannotatedbible.com
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Videos que o Thibau indica:
Colocarei aqui alguns curtos, e embaixo os mais longos, sendo que o último (Richard Dawkins: The Root of All Evil) tem 5 partes, colocarei só a primeira pra não sujar muito visualmente e cada um depois vai atras das outras clicando no final do video nos links certos.
Considero todo o material que está aqui importante para qualquer pessoa que se interesse em reflexão, concordando ou não com o produto final dos documentários/videos.
Dancem, Macacos, Dancem
Onde Erramos: Daniel Quinn (Autor de Ismael e História de B)
Corrida da Comida
Gravidade da Luz (Huxley Falando do Futuro/Agora de 1984/Admirável Mundo Novo)
A Carne É Fraca - Parte 1 de 2 (Documentário Brasileiro sobre mercado da carne)
A Carne É Fraca - Parte 2 de 2
Richard Dawkins - The Root of All Evil - Parte 1 de 5
(Documentário sobre religião/fé, Dawkins é autor de vários livros, o mais recente: Deus, Uma Desilusão)
Por que aprender isso?
http://bizrevolution.typepad.com/bizrevolution/2007/09/por-que-eu-tenh.html
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
TED Talks
Entrei no site e vi a listagem toda (mais de 150 palestras), já assisti 57 e ainda tenho 14 na watch-list.
Para quem não conhece, recomendo começar pela:
Hans Rosling - falando sobre pobreza no mundo, e um software de visualização de informação que ele criou!
E hoje queria recomendar, principalmente para o Renato e Ricardo, esta:
Erin McKean - Dictionary Evangelist!
Talvez a evolução das nossas reuniões pode ser virar algo assim!
Liberdade pra que? - dizia Lênin. Se mal temos a definição do que seja liberdade, pra que realmente a queremos? Huxley tenebrosamente nos propõe que a liberdade está dentro da nossa psicologia ao contrario do mundo exterior - somos livres quando fazemos o máximo do que conseguimos entender, quando não nos responsabilizamos pelas nossas atitudes mais do que podemos nos responsabilizar - puxando pelo existencialismo de Sartre.
Podemos não estar caminhando precisamente para o mundo de Huxley, mas poucos conseguiram enxergar com tamanha eficácia a lógica que move a raça humana sobre o planeta. Vivemos uma era de otimização - otimizamos nossos recursos animados e inanimados, nossos setores de RH fervilham à luz do século XXI, o quão mais adptada uma pessoa esteja para uma tarefa mais apta a tal, independe do entendimento que o individuo em busca da sua sobrevivencia tenha da questão, tanto da tarefa, quanto da sua sobrevivência .
Talvez a inteligencia cibernetica que criamos para nos ajudar e nos substituir, nos ajude em nossa colocação sobre o planeta. Talvez ela nos forneça ferramentas para que apenas sejamos felizes. Uma vez que nossa tendencia de otimização vise o ápice de felicidade para a menor quantidade de trabalho, que melhor opção teriamos que dormir e ter um sonho bom - a menor quantidade de trabalho na maior quantidade de felicidade. Talvez algumas máquinas possam substituir alguns teóricos da economia da felicidade, alem de alguns engenheiros, alguns cabeleleiros, alguns faxineiros... não existem limites observaveis pela percepção humana.
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Biz Revolution
Segue os últimos slides da palestra dele:
Novas propostas pedagógicas
Da Folha de São Paulo
Instituições privadas adotam nova proposta pedagógica
Anhembi Morumbi e administração na FGV têm conteúdo interdisciplinar
FERNANDA CALGAROCiclos básicos, conteúdo interdisciplinar e alunos de cursos diferentes na mesma classe fazem parte da proposta pedagógica de universidades como USP Leste, UFABC (Universidade Federal do ABC) e o campus da Baixada Santista da Unifesp, que já foram concebidas dessa maneira.
Outras instituições, como a Anhembi Morumbi e a Escola de Administração da Fundação Getulio Vargas, em SP, seguem a tendência e fazem mudanças na sua estrutura pedagógica.
Na Anhembi Morumbi, a divisão do conteúdo será por blocos interdisciplinares, comuns a vários cursos. As carreiras foram agrupadas em escolas, como a de comunicação (que reunirá cinema, jornalismo, produção editorial, publicidade e propaganda e rádio e tv) ou a de negócios (administração e marketing, entre outros).
O setor de saúde terá as maiores mudanças: dos 11 novos cursos para o próximo semestre, cinco são dessa área, como o de medicina. Os laboratórios passarão de 12 para 25, incluindo sete de simulação, em que bonecos dotados de softwares servirão para os alunos treinarem antes de lidar com pacientes de verdade.
A reestruturação deve estar implantada no ano que vem. Para os alunos com dependências em algumas disciplinas, haverá um período de transição no modelo antigo.
"Nosso objetivo é formar profissionais para o mercado de trabalho para daqui a 15, 20 anos, que é quando o recém-formado hoje irá alcançar o seu auge e ainda assim continuará em alta por causa da sua formação mais completa", explica Elizabeth Guedes, pró-reitora acadêmica da universidade.
Ciclos
Com a reformulação do curso de administração da Fundação Getulio Vargas, que teve início neste semestre, o estudante passará por três ciclos de aprendizado, além de conteúdo interdisciplinar. No primeiro deles, irá desenvolver sua capacidade reflexiva, crítica e de comunicação. Na segunda fase, serão trabalhadas as técnicas da administração e, na terceira, a preparação para o mercado.
"A imersão em administração será desde o início, mas não focada somente no conhecimento técnico. O aluno deve estar atento a problemáticas da realidade e saber se relacionar com pessoas e trabalhar em grupo", explica a coordenadora do curso, Marta Ferreira Santos Farah. "Visamos uma formação global do profissional."
NA EUROPA: DECLARAÇÃO DE BOLONHA VÊ ENSINO SUPERIOR COMO ESTRATÉGICO
Em 1999, ministros da Educação de 29 países europeus assinaram a Declaração de Bolonha, que prevê a criação do Espaço Europeu Superior -uma região em que os estudantes terão livre mobilidade no seu curso, currículos unificados e ciclos básicos. O objetivo do documento, mais tarde assinado por outros 11 países, é fortalecer o bloco e aumentar a competitividade por meio da educação superior.
(Consegui acessar na primeira vez sem senha, mas ao tentar de novo pra arrumar o link vi que o prblema era por estar protegido por senha! Daí postei integral)
bom, quanto ao numero de participantes eh bom a gente conversar mesmo, e rever essa p... desse nome do blog. Quanto ao "ritual", prefiro nao chama-lo assim e faze-lo de maneira menso vaga, afinal - respondendo ao Ricardo - quem disse que vamos todos morrer quando batermos no muro? quem sabe o que tem depois desse muro? como diria Jean Paul Sartre em The Wall (o muro!!):
"A duvida é o preço da pureza, e é inutil ter certeza..."
quem quiser ler cantando engenheiros tah valendo
.Mas enfim, gostei muito de todos os posts até aqui.
Meu primeiro texto como prometido.... a razão do porque uso tanto o termo dissidencia. (Kenaum, esse vai o texto inteiro, mas prometo que os proximos serão só o link, pra naum fuder o blog)
Por Antonio Ozaí da Silva (*)
George Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair, nasceu em 25 de junho de 1903, na cidade de Motihari, Bengala, região da Índia. De família inglesa, seu pai era funcionário da administração do império britânico. Ainda criança, sua família retornou à Inglaterra. Foi educado em escolas tradicionais inglesas. Em 1922, entrou para a polícia colonial britânica, servindo na Birmânia. Em janeiro de 1928, pediu demissão e retornou à Europa, onde viveu um período difícil, mendigando e trabalhando como lavador de pratos. [1]
Na Inglaterra, Orwell passou a escrever na imprensa socialista e trabalhou como livreiro, professor e jornalista. Ganhava o suficiente para sobreviver. Nessa fase, publica Burmese Days (Dias na Birmânia), um romance antiimperialista. A partir de 1936, Orwell combateu na Guerra Civil Espanhola, numa milícia do POUM (Partido Operário de Unificação Marxista). [2] Essa experiência influenciou decisivamente suas concepções políticas, em especial, sobre o socialismo. [3]
Orwell ganhou fama a partir da publicação de A Revolução dos Bichos – em agosto de 1945, quando os EUA demonstravam o seu poderio armado, bombardeando Hiroshima e Nagasaki. Em 1949, publicou outra obra-prima da literatura política: Nineteen-Eighty-Four (1984). Pouco tempo depois, em janeiro de 1950, morreu de tuberculose.
Contra o capitalismo e o comunismo soviético
Crítico do totalitarismo, numa época em que a doutrina oficial marxista-leninista, capitaneada pelos países e partidos comunistas, era considerada dogma, a obra orwelliana afrontava diretamente os ideólogos do socialismo autoritário, isto é, a esquerda oficial. O autor de A Revolução dos Bichos se tornaria, então, um ícone dos que combatiam o stalinismo e todas as ideologias totalitárias.
George Orwell simboliza os dilemas vivenciados pelo intelectual que se engaja nas lutas sociais adotando uma perspectiva ideológica à esquerda: silenciar ou correr o risco de ser utilizado enquanto arma teórica contra as idéias igualitárias da esquerda. Não faltarão os democratas e liberais de última hora, os quais reduzem a crítica antiautoritária e anticapitalista à crítica ao socialismo em geral. Não por acaso, a obra orwelliana atrai simpatias e, para o crítico que se coloca no campo da esquerda e do socialismo, impõe o discernimento do seu alcance e caráter. [4]
O ensaísta Louis Menand nota como o discurso orwelliano foi apropriado por amplos setores, com destaque para a classe média intelectualizada, tendo como efeito o esvaziamento do seu significado político original:
“Nunca houve um exército tão heterogêneo do ponto de vista ideológico quanto esse exército orwelliano. Autor de "George Orwell - The Politics of Literary Reputation" [A Política da Reputação Literária, ed. Transaction Pub], publicado em 1989, John Rodden registrou o fato à exaustão. Ao longo dos anos, tal exército incluiu ex-comunistas, socialistas, anarquistas de esquerda, libertários de direita, liberais, conservadores: cada grupo com um uniforme diferente, mas com o mesmo button na lapela -"Orwell tinha razão". A única coisa que os admiradores póstumos de Orwell têm em comum, além do button, é o anticomunismo.” (FSP, 01.06.03)
Não é possível, nesse espaço, discutir as diversas versões de comunismo. Mas quem conhece minimamente a história do movimento comunista internacional sabe que são muitos os caminhos imaginados para se chegar à sociedade utópica. É claro que entre os admiradores de Orwell incluem-se muitos que se assumem comunistas, ainda que críticos ao modelo expressado pela ex-URSS e seus satélites. Sem essa observação, induz-se ao erro de considerar que todos os críticos à esquerda são anticomunistas.
Porém, ao agregar a simpatia de tendências políticas da direita à extrema-esquerda, Orwell demonstra o quanto é difícil ser um intelectual que critique concomitantemente a sociedade capitalista e o socialismo real. Esse intelectual encontra-se numa posição limítrofe: entre a esquerda oficial e a direita. A primeira, em geral, reage com virulência e se fecha em suas verdades; a segunda, tende a manipular seus argumentos. Como observa Menant:
“As manipulações do texto de "A Revolução dos Bichos" não demoraram a acontecer. No fascinante estudo "The Cultural Cold War" [A Guerra Fria Cultural, ed. New Press], Frances Stonor Saunders relata que, logo após a morte de Orwell, a CIA (Howard Hunt era o agente encarregado do caso) comprou secretamente da viúva do autor os direitos para filmar o livro e mandou produzir na Inglaterra uma versão em desenho animado, por ela distribuída no mundo inteiro. Nessa versão, omite-se a cena final do romance, na qual já não se podem distinguir os porcos (isto é, os bolcheviques na alegoria de Orwell) dos exploradores de animais que os precederam, os humanos (ou seja, os capitalistas). Cria-se um novo fim para a história, no qual os animais atacam e tomam a casa da fazenda ocupada pelos porcos, libertando-se outra vez. Assim, depois de morto, Orwell foi submetido às fraudes e aos estratagemas da propaganda ideológica, pelas mãos dos combatentes americanos da Guerra Fria que viriam a exaltá-lo como o maior inimigo dessa mesma propaganda.” (Id.) [5]
A manipulação da obra de Orwell não passou despercebida a vários dos seus comentadores. Thomas Pynchon observa que o sucesso alcançado por A Revolução dos Bichos teve como efeito a ocultação da posição do autor à esquerda da esquerda. Isso explica porque 1984 foi publicado nos EUA, “como uma espécie de planfeto anticomunista”, em plena vigência do macarthismo. Nessa época, o “comunismo” era oficialmente condenado como uma ameaça mundial monolítica, e a idéia de traçar uma distinção entre Stálin e Trótski seria considerada tão absurda quanto a de ensinar os carneiros a fazer sutis discriminações entre diferentes tipos de lobo”, enfatiza.
Nessa engenharia própria dos tempos da guerra fria, destrói-se a memória e o significado político da sua obra e militância são instrumentalizados. Prevalece a lógica da política enquanto antagonismo amigo-inimigo: Orwell é transformado em amigo do capitalismo. A vida parece imitar a arte! Em A Revolução dos Bichos, os personagens ilustram como a política adquire o status de antagonismo amigo-inimigo, o que transmuta todo e qualquer crítico ao socialismo soviético em inimigo e, portanto, amigo dos capitalistas. O inimigo é transformado no bode expiatório, necessário para justificar os insucessos da “construção do socialismo”. [6]
Ao leitor desatento pode, portanto, passar despercebido o fato de que George Orwell critica tanto o capitalismo quanto os regimes de partido único. Os que raciocinam em termos da política amigo-inimigo têm dificuldade em aceitar essa crítica e tendem a incluí-lo entre os intelectuais que “fazem o jogo da direita”.
A função da dissidência
Para uns a função da dissidência é apenas cumprir o papel de bode expiatório; outros vêem os intelectuais dissidentes apenas como individualistas pequeno-burgueses incapazes de assumir a luta do proletariado; há quem imagine que tudo se resume ao narcisismo intelectualista, como se a vaidade fosse um privilégio. Desconsideremos os ressentidos, os que se consideram apóstolos da nova sociedade – que exigem a submissão do intelectual – e os fanáticos e intolerantes.
Para muitos, a dissidência se assemelha a um crime e o dissidente deve ser tratado enquanto criminoso – no mínimo, porque ele representa perigo à ordem estabelecida. Sociologicamente, há algo de verdadeiro nesse argumento. O insuspeito Durkheim, por exemplo, vê positivamente – sem trocadilho! – o papel do crime, e por conseguinte, da heresia:
“Quantas vezes, com efeito, o crime não é uma simples antecipação da moral futura, um encaminhamento para o mundo futuro! Segundo o direito ateniense, Sócrates era um criminoso e a sua condenação era justa. Contudo, o seu crime, a saber a independência de pensamento, era útil não só à humanidade como também à sua pátria, pois servia para preparar uma moral e uma fé novas de que os atenienses necessitavam nesse momento porquanto as tradições em que se tinham apoiado até então já não estavam em harmonia com as condições de existência.” (DURKHEIM, 1983: 122)
E já que estamos tratando de heresias, recorramos a um religioso. Frei Betto, num livro sobre os que adotaram o caminho da luta armada contra a ditadura militar, escreveu:
“É através das dissidências que a história acerta os seus passos. Há um momento em que as possibilidades de uma proposta – religiosa ou política – parecem esgotar-se sob o peso dos anos, da rigidez de seus princípios, da inflexibilidade de sua disciplina, da intransigência de seus dogmas, da prepotência de seus líderes. Como a fonte seca à beira da estrada, incapaz de saciar a sede dos peregrinos que atraiu, a proposta vê-se rejeitada por seus discípulos dispostos a caminhar sem a tutela que lhes atrasa o passo”. (BETTO, 1982: 46)
Historicamente, os dissidentes representam as novas forças sociais que anunciam o futuro. Por expressarem a crítica ao status quo, ficam à margem das instituições formais – ou não encontram respaldo no interior destas –, o que os impulsionam a criar novas instituições. Peter Burke observa que os humanistas renascentistas se opuseram ao saber convencional das universidades medievais:
“Embora a maioria dos humanistas tivessem originalmente estudado nas próprias universidades que criticava, as figuras mais criativas, de Petrarca a Erasmo, passaram a maior parte de suas vidas fora do sistema. Eram um grupo marginal, no sentido de Thorstein Veblen. Para encontrarem-se e discutirem suas idéias, fundaram instituições formais conhecidas, em deliberada homenagem a Platão, como “academias”. (BURKE, 27.08.00)
O saber formal não via com bons olhos os intelectuais oriundos de fora do círculo universitário (como Rousseau, filho de um relojoeiro; e, Diderot, filho de um faqueiro). As novas idéias sofriam a resistência do status quo acadêmico. “Adam Smith, por exemplo, foi professor de filosofia na Universidade de Glasgow. Quando quis escrever sua obra prima, a “Riqueza das Nações”, pediu exoneração de sua cátedra (em 1764)”, escreve Burke.
A dissidência política segue esse padrão. Em condições normais, isto é, quando sobrevive às lutas políticas, o dissidente termina por romper com a organização original, construir uma nova ou optar pelo isolamento. No campo acadêmico ou na política, desenvolve-se uma relação de amor e ódio: ao mesmo tempo em que nega as instituições oficiais, necessita-se de reconhecimento e legitimidade. Nesses casos, ou os hereges constituem suas próprias instituições ou se adaptam às existentes, combatendo para assumir o seu controle.
O interessante nesse processo histórico é que os antigos hereges, tão logo assumam posições de poder e constituam as novas igrejas, garantindo-lhes legitimidade e o monopólio, tendem a se tornar refratários às críticas: surgem novas dissidências e novos hereges.
É verdade que nem toda dissidência aponta para futuro. No pensamento político há os que imagem poder fazer a história retroceder: são os românticos e saudosistas vinculados a um passado lírico e imaginário que só existe em suas cabeças.Mas, a liberdade, como ensinou Rosa de Luxemburgo, é sempre a liberdade de pensar diferente. Tais idiossincrasias devem ser respeitadas...
A dissidência desempenha um papel positivo – por mais minoritário que seja seu pensamento, expressa a consciência crítica da maioria. Ou, como escreveu Durkheim:
“A liberdade de pensamento de que gozamos hoje nunca poderia ter sido proclamada se as regras que a proibiam não tivessem sido violadas antes de serem abolidas. No entanto, nesse momento, esta violação era um crime que ofendia sentimentos que a generalidade das consciências ainda ressentia vivamente. Contudo, este crime era útil pois era o prelúdio de transformações que de dia para dia se tornavam mais necessárias. A livre filosofia teve como precursores os heréticos de toda a espécie que o braço secular abateu durante toda a Idade Média e até a véspera da época contemporânea.” (DURKHEIM, 1983: 122)
Durkheim relaciona a heresia na categoria de crime para frisar, do ponto de vista sociológico, que este é um fato social normal. O sociólogo é original ao tratar a heresia dessa forma. Pelo menos argumenta e demonstra o quanto o herege é necessário para a evolução social. Há quem não se dê ao trabalho de lê-lo, porém trata os dissidentes como criminosos – com a diferença de que, para estes, herege bom é herege morto.
O dissidente da dissidência
Intelectuais como Orwell não podem ser compreendidos através do raciocínio dualista ou amparado em “ismos”. Orwell expressa o tipo de intelectual que dificilmente se enquadra em rótulos. Ele pertence ao rol dos que privilegiam a liberdade da crítica, a independência em relação aos grupos e panelinhas. Indivíduos como Orwell são dissidentes solitários – mas também solidários – prontos a criticar a própria dissidência e a aceitar os riscos inerentes à essa atitude.
Em determinadas circunstâncias históricas, esses homens que se colocam à margem dos espaços socialmente reconhecidos, verdadeiros outsiders, acentuam ainda mais o seu isolamento político. A autenticidade tem seu preço. O intelectual que não se enquadra, vê-se obrigado, muitas vezes, a confrontar os próprios amigos. Quando há maturidade suficiente para diferenciar divergências políticas e teóricas dos procedimentos próprios do relacionamento pessoal é possível superar essa dificuldade. Do contrário, ele sofrerá o dilema entre se manter fiel à sua consciência ou à amizade.
O intelectual outsider de esquerda têm dificuldades em se ajustar à disciplina das organizações partidárias –as quais, em geral, tolhem a liberdade de crítica. Em sua solidão, ele tem consciência da fragilidade da sua posição. A política se traduz em relações de força, expressão de interesses que se organizam e atuam coletivamente. Sem a atuação direta na política, os intelectuais tendem a cumprir o papel de D. Quixote em seus combates aos imaginários moinhos de ventos. A política partidária, por seu turno, exige compromissos nem sempre éticos e, mais do que isso, pressupõe fidelidade a um “ismo” e respeito à disciplina. Não é fácil ser dissidente da dissidência.
Concluindo...
O dilema do intelectual que milita na esquerda parece insuperável. Os que se exercitam em procedimentos autoritários não se conformam com a sua independência intelectual e tentam encaixá-lo em algum “ismo”. Um amigo pode lhe confidenciar, por exemplo, que o considera centrista; outro verá resquícios da formação cristã (como se isso fosse um grave pecado!); há, ainda, os que o ignoram ou são condescendentes, tratando-o como figura excêntrica.
Incompreendido por uns, malquisto por outros, ele sabe que o essencial é não silenciar e assumir as responsabilidades inerentes à militância solitária. Apesar de tudo, vale a pena correr os riscos de ser catalogado como quixotesco. Antes isso do que a omissão. George Orwell é um exemplo.
[1] Seu primeiro livro, Down and out in Paris and London (Na Pior, em Paris e em Londres, de 1933), relata esse período.
[2] Orwell relatou essa experiência em “Lutando na Espanha” (Ed. Globo).
[3] "A Guerra Civil Espanhola e outros acontecimentos do período 1936-7", escreveu ele dez anos depois, "fizeram a balança pender para um lado, e daí em diante eu sempre soube de que lado estava. Tudo de sério que escrevi desde 1936 foi escrito com a intenção direta ou indireta de atacar o totalitarismo e defender o socialismo democrático tal como eu o conheço". Citado por Thomas Pynchon. Ver: “Rumo a 1984”, Mais, Folha de S. Paulo, de 01.06.03.
[4] Ao analisar as obras A Revolução dos Bichos e 1984, com universitários, observei que, em geral, as demonstrações de simpatias eram desprovidas do conhecimento sobre a história da revolução russa e do movimento comunista internacional. Isso favorece a indiferenciação entre a crítica orwelliana ao socialismo autoritário, os processos históricos revolucionários e a realidade capitalista.
[5] Esse tipo de manipulação contribuiu para que a obra de Orwell, particularmente A Revolução dos Bichos, seja interpretada de maneira pessimista, isto é, como a negação de toda e qualquer mudança política, fundada na idéia de que a deformação do poder político é inerente à natureza do próprio poder e do ser humano. A revolução, segundo essa interpretação fatalista, só pode gerar monstrengos...
[6] Em A Revolução dos Bichos é o porco Bola-de-Neve quem desempenha esse papel; em 1984, Emmanuel Goldstein. Em ambos, a encarnação do agente do imperialismo, o desestabilizado, o inimigo nº 1 do comunismo russo.
(*) Professor no Departamento de Ciências Sociais (UEM) e doutorando na Faculdade de Educação (USP)
Texto bônus!:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u325707.shtml
Abraço a todos!
OBS: quem é tiburcio?!
Assunto: Meio Ambiente
Cronograma de atividades:
08h45 Abertura
09h00 Palestra: Aquecimento de água utilizando luz solar /Décio Rodrigues (pesquisador associado ao Instituto Vitae Civilis) e Carlos Faria (diretor executivo Dasol Abrava)
10h00 Debate
14h00 Oficina Dimensonamento de Aquecedores Solares
Local: Auditório do Bloco 3 da Uniderp
17h00 Encerramento e entrega de certificados
As inscrições podem ser feitas no www.cidadessolares.org.br
Parece-me que a organização é do Ecoa e da Comissão de Meio Ambiente da Câmara.
Não sei se poderei ir, porque tenho matéria no mesmo horário, mas fica a dica.
Abraços a todos,
Manu Barem.
Ps: esse 'Depois das onze' aqui embaixo é o nome do meu blog. Acessem http://www.depoisdasonze.blogspot.com/
Além do cidadão Kane (Beyond citizen Kane)
http://video.google.com/videoplay?docid=-570340003958234038
Muito interessante ver como se pode manipular e o alcance que uma emissora consegue ter!
Mecânica da coisa
Estou perguntando um monte de coisa, até por que senti que teremos problemas logo, com falta de cadeira, além do problema prático com dispersão do assunto proposto, ontem vi bastante disso... Sei que é legal, mas as vezes complica pois se estende muito abrindo espaço pra outros assuntos ainda mais distantes!
Sobre as palestras destinadas aos alunos de pedagogia, nem conseguimos desenvolver muito...
É complicado sugerir regras, até por que podemos excluir uma pessoa que pode contribuir muito, mas no dia estava com caganeira e ficou quieto no dia! Mas temos que ver, pelo menos conversar um pouco e ver o que cada um acha, afinal, estamos aqui pra pensar!
Abraços!
Leituras do Kenneth
Assim, acompanho mais de 240 blogs diariamente através do Google Reader, que é o leitor de RSS do Google. E ele permite que eu marque meus posts favoritos, e divida com outras pessoas. Então eu sempre vou marcando os posts de blogs que acho interessante, e ele automaticamente joga nesta barra ao lado. Se quiserem acessar, vão com certeza ver conteúdo do bom e do melhor. Se alguém já usa o Google Reader, eu posso explicar como faz e a gente já joga nessa barra lateral, e se não usam, mas se interessaram pelo conceito, posso dar um curso-rápido-gratuito as 18hrs da segunda que vem!! Em agiliza muito a vida e consigo acoampanhar muuuuita coisa! Adoraria ver os artigos selecionados de vocês.
Agora quando foi muuuuito bom mesmo e tiver muito a ver com o que estivermos discutindo, vou preferir criar um post!
Nome do Blog e Ritual
Incrível como Orwell tinha razão. Nosso porquinho Napoleão já deu nome ao blog e ignorou todo mundo! Não podemos aceitar isso!
De qualquer maneira sabemos que nome é o de menos, o importante MESMO é termos logo um ritual bacana como proposto na reunião de ontem, então cada um já pode ir pensando:
-no seu objeto permanente (que poderá ser substituído eventualmente)
-nas suas palavras flexíveis (para serem ditas ao final do ritual)
Exemplo:
Meu objeto: Baralho
Minhas palavras: Dúvida, perturbação, talvez, liberdade, etc, cuidado, urnas...
Podemos decidir uma frase curta que inclua de maneira subjetiva e nada conclusiva (como de costume) nossas reflexões, dizer a palavra e colocar os objetos formando uma interrogação (ou não) no chão ou mesa, enquanto isso poderíamos fazer alguma mímica em sincronia.
Isso é BEM MENOS IMPORTANTE que todo o resto, mas já que o carro vai bater no muro (olha aí a possível frase, o carro!) podemos pelo menos organizar de maneira artística e honrada (discutível) a nossa morte.
Pessoal, só pra deixar bem claro, como eu SEMPRE deixo claro.... isso é só pra dar um gás, não fiquem bravos, ninguém vai perder tempo nenhum da vida pensando em como excitar companheiros concretos para nossas reflexões com esses jograis! Vai...?
Que assim não seja, talvez. Abraços cheios de amor!
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
Nome e endereço
Adicionei quem lembrei para poder escrever, se esqueci de alguém me avisem!!
Agora o nome e o endereço eu coloquei esse, mas de maneira alguma é para representar algo. Eu queria o nome aleatório, mas ninguém queria, então coloquei este de última hora.
Aqui é para colocarmos as idéias interessantes que surgirem, mandar links de textos e vídeos interessantes pra animar as discussões!!!