sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Entre Pensadores e “Fazedores”


Não é de hoje que se debate o papel daqueles que pensam e daqueles que fazem as coisas na sociedade, e não é de hoje que comumente o censo comum se levanta contra a alta abstração em nome da mediocridade concreta. Sócrates fora obrigado a tomar cicuta pelo crime de ter feito Atenienses pensarem, lhes tirando assim de suas humanas atividades do dia-dia, Einstein fora chamado de “burro” por um professor em sua adolescência, e não fora a toa que Niezstche acabara seus dias em um sanatório em Weimar. Afinal, que peso damos aos pensadores profundos em nossa sociedade, e qual a relação destes com o ambiente concreto que nos rodeia?
Vejo um conflito inerente à natureza dos seres extremos do concreto e do abstrato. Suas ambições são diferentes, e pior que isso, o meio de atingi-las são antagônicos. Isso deve ser claramente pensado quando se busca encontrar uma chamada classe intelectual na sociedade, ela é uma classe na qual grande parte dos seus componentes tende a entrar em conflito com o resto da sociedade, porem, comumente, cabe ao intelectual perceber tal tensão, uma vez que normalmente a mediocridade concreta apenas “percebe” que aquele ser estranho à sua frente estuda bastante mas “vive no mundo das idéias”, quando na realidade o que “mandaria no mundo é o dinheiro”. E o concretismo se infiltra nas políticas e nas relações sociais de uma maneira que resta à abstração profunda apenas ser ponta de lança de interesses concretos específicos de classes políticas.
Por sorte, talvez tenhamos nascidos num tempo em que a alta abstração pode juntar componentes que construam juntos estratégias semelhantes às que, durante toda a história, o concretismo barato se pautou, e conduziu o desenvolvimento humano numa marcha lenta de igualdade, e acelerada de alta destruição. Devemos prezar para que o concretismo barato nos atinja ou atinja o mínimo possível, e lembrar que pensar profundamente é preciso, e criar assim uma posição clara sobre a estupidez que em muitos aspectos nos rodeia.
E que nossas reuniões sejam cada vez mais produtivas, e se possível, livres da influência do concretismo medíocre do dia-dia.
Abraço a Todos
Gabriel Leão

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